A COP, ou Conferência das Partes, é um encontro anual do meio ambiente promovido pela ONU. Por um período de duas semanas, governantes e diplomatas de mais de 200 países se reúnem para avaliar a situação das mudanças climáticas no planeta e propor mecanismos a fim de garantir a efetividade da Convenção.
Praticamente todos os acordos e ações propostas giram em torno da meta central de evitar com que a temperatura global aumente em mais do que 1,5ºC até 2100, em comparação com níveis pré-industriais. Hoje a humanidade caminha na rota de um aumento de 2,4ºC, que ameaçaria seriamente a vida na terra.
Em novembro de 2021 foi realizada em Glasgow, na Escócia, a 26ª cúpula do clima, a COP26. Abaixo apresentamos um resumo dos principais destaques positivos e negativos da conferência, além de uma breve análise do desempenho e das promessas feitas pelo Brasil. Com este resumo nós, como sociedade civil, podemos acompanhar e cobrar o cumprimento destas metas pelas autoridades.
Veja quais foram os principais avanços e acordos firmados no chamado “Pacto de Glasgow”:
- Menção sem precedentes ao uso de combustíveis fósseis na crise climática e exigência da redução gradual no uso do carvão
- Meta de de reduzir em 30% a emissão de gás metano na atmosfera terrestre até 2030, em relação a 2020. Foi assinado por mais de 100 países, inclusive o Brasil
- Meta de zerar o desmatamento ilegal até 2030
- Definição de regras para o avanço do mercado de crédito de carbono, após 6 anos de negociações.
Principais decepções da COP26:
- Os países não entregaram compromissos climáticos suficientes para colocar o mundo na rota de 1,5ºC
- Nenhum fundo de “responsabilidade” foi criado para pagar pela destruição com a crise climática. Os países em desenvolvimento cobram ajuda financeira dos países desenvolvidos.
- Adiamento da promessa dos países ricos de destinar US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020 para os países em desenvolvimento em medidas contra as mudanças climáticas.
O Brasil na COP26:
Brasil chegou à convenção bastante pressionado. Na última conferência, a comitiva brasileira foi acusada de interdição em debates internacionais, ocasião na qual o ex-ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, foi apontado como o principal causador. Outro motivo foi o fato de que em 2020, mesmo com a pandemia, a emissão de gases do efeito estufa no Brasil aumentou em 10%, enquanto os demais países tiveram uma queda de 7%.
A principal contribuição do Brasil apontada na COP26 foi flexibilizar as suas posições mais duras em relação a mercados de crédito de carbono, que vinham dificultando as negociações em curso desde o Acordo de Paris de 2015.
Metas assinadas pelo Brasil:
- Redução de 50% das emissões de carbono (CO2) até 2030, em relação a 2005.
- Reduzir em 30% a emissão de gás metano até 2030, em relação a 2020
- Antecipar a meta de zerar o desmatamento ilegal de 2030 para 2028, sendo 15% por ano até 2024, 40% em 2025 e 2026 e 50% em 2027.
Estas metas são extremamente significativas, já que: a maior fonte de emissão de carbono no Brasil é o desmatamento da Amazônia; a maior parte deste desmatamento está associada à pecuária; o chamado “arroto do boi” é um grande emissor de gás metano, que causa mais danos à atmosfera do que o próprio CO2.
A principal questão aqui, porém, é a falta de detalhes e clareza de como essas metas serão cumpridas. Para que elas tenham efeito, é necessário que planos de ação sejam formalizados e detalhados por meio de políticas públicas.
Agora que você sabe o que foi prometido na COP26, fica mais fácil de cobrar os resultados, não é mesmo?
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Texto: equipe Ravenala Viagens (Ian Valente e Marcelo Pontes)
Fontes: CNN Brasil, WRI Brasil, G1, podcasts “O Assunto” e “Café da Manhã”